Dom Sebastião – A mensagem

A primeira parte do poema, constituída pelas três primeiras estrofes, apresenta o conceito de vida autêntica por parte do sujeito poético. Assim, o sujeito refere-se a todos aqueles que são “descontentes” e por isso vivem em pleno, através de uma constante inquietação capaz de atingir para além dos limites da alma, sendo este o único caminho para domar “as forças cegas” e ultrapassar os limites do próprio ser, fazendo uso do sonho para atingir os o desconhecido.

A primeira parte do poema relaciona a oposição entre o homem “adormecido”, que vive a banalidade dos seus dias “contente com o seu lar” e aguarda pacientemente por um fim na forma de destruição física. Por outro lado, o homem “virtuoso” afirma-se um possuidor de espirito de empreendedor, conhecedor dos mistérios do mundo moderno, alcançados através da alma humana – do sonho.

Na segunda parte, o sujeito lírico profetiza a vinda futura do “dia claro”, que nascerá da “erma noite”, , na qual surgirá o Quinto Império, posterior aos outros quatro que passaram, sendo este feito por queles que possuem, na sua essência, a alma de “descontentes”, capazes de perseguir o sonho na construção de um novo reino espiritual, em busca da verdade que a “alma tem”.

A interrogação final estabelece a união entre o passado e o futuro, através da utilização simbólica do Rei D. Sebastião, que apesar de ter dissipado numa morte física, remanesce o símbolo da sua loucura e capacidade de sonhar, no qual toda uma nação se torna crente e caminha os seus passos em torno de um único objectivo – elevar os valores culturais e espirituais de Portugal pelo mundo fora.

Leave a comment