Nasceu uma nova religião num país que estava estagnado entre duas religiões: Judaíca e Islâmica. Esta doutrina (que nasceu no seio dos pobres), é secreta. Daí à primeira arte cristã ser encontrada nas catacumbas.
- Estas imagens divinas no seio da religião tornavam visível o mundo divino ao homem, afirmavam a presença de Deus na Terra;
- Através delas, deus pode ser encontrado (cuidar da imagem divina é cuidar de Deus);
- A adoração a Deus não é feita à imagem, mas a Deus através dela;
- Deus só está presente na imagem quando a ela se presta um ritual;
As primeiras manifestações de imagem cristã foram nas catacumbas.
- As imagens procuram a vida interior do homem, através de um expressionismo que tem as suas origens na arte popular;
- As pinturas levam a palavra de Deus aos analfabetos. São imagens toscas, que têm o objectivo de ser didácticas, dado que a maioria da população não sabia ler, então tinham de ser comunicáveis e acessíveis que aludissem à esperança e à salvação;
As primeiras manifestações da imagem cristã foram também nas Sinagogas (Dura Europos).
- Estão representados temas do Antigo Testamento com um objectivo didáctico: mostrar aos olhos dos fiéis o caminho da salvação do povo de Israel;
- Em 313, o édito de Constantino concedeu aos cristãos a liberdade de culto, e a Igreja elaborou uma liturgia própria e construiu templos, a igreja edifica as imagens justas à propagação da fé;
O problema da aparência de Cristo (momentos fundadores da aparência do rosto de Cristo)
- São Lucas iniciou o retrato de Cristo, a pedido de Maria e dos Apóstolos, que foi concluída por anjos;
- Sudário de Verónica: Imagem autêntica da Igreja romana;
Teologia da Imagem
- A imagem define a própria natureza do homem. O homem é feito à imagem e semelhança de Deus;
- Ao haver a traição, o pecado, o homem perde toda a semelhança com Deus;
- “Cristo é a imagem do Deus invisível”;
- O filho é igual ao pai;
- A imagem de Cristo é uma imagem arquetípica, exemplar, serve de modelo.
O ícone
- Os ícones para os cristãos devem ser tratados como verdadeiros e originais;
- Não é uma imagem qualquer, nem uma obra de arte. É um lugar que permite a oração;
- Constrói uma representação da realidade que procura ser universal;
- A sua visão aproxima o espectador de Deus;
- O modelo e a cópia não coincidem, mas assemelham-se;
- Nunca apresenta a divindade, mas dá uma imagem aproximada do que ela é;
- Mediação entre o sagrado e o real, ligando o humano ao divino;
A partir do séc. VII, multiplicaram-se os relatos acerca das imagens que realizavam milagres. Os ícones ganharam uma personalidade própria, um poder extremo. Os ícones representavam a razão da superstição, fraqueza e divisão do Império Bizantino, Leão III proíbe a representação de imagens e manda proceder à sua destruição. Foi Leão III que instaurou a iconoclastia (O grande pecado é adorar a criatura em vez do seu criador, os adoradores de imagens são adoradores do demónio) quando subiu ao trono após a morte do antigo imperador. Uma série de catástrofes naturais foram interpretadas como um sinal divino de cólera quanto à idolatria. Leão acusou de idolatria os que se prostravam em adoração perante as imagens de Cristo, da virgem e dos santos.
Em 731, o Papa Gregório III convoca em Roma, um concílio que excomunga todos aqueles que se opõem à veneração das imagens santas e as blasfemam, destroem e profanam, numa atitude contra o imperador Leão III. A pintura pode fazer pelos analfabetos, o que a escrita faz pelos que sabem ler e no caso da pintura serve para contar a Bíblia, tal como o livro dos ignorantes. Leão III enviou uma armada a Roma para punir o papa que nunca chegou ao seu destino, perdendo-se numa tempestade e afundando-se.
Já não é Deus que se venera através da sua imagem, mas é a própria imagem que é adorada no lugar de Deus (Paganismo).
Iconofilia – Redefinição da noção de imagem: não se trata de uma representação do mesmo pelo mesmo, mas de uma representação do invisível pelo visível. O João Damasceno foi “contra os que destroem os ícones sagrados”. O ícone não é uma representação da realidade, mas uma representação da sua imagem. É uma imitação do arquétipo, uma cópia. Tal como o simulacro, o ídolo dá-se pelo que não é, isto é, a presença imanente de Deus. Tal como a imagem-cópia, o ícone revela uma distância: por um lado, a distância do sensível ao inteligível e, por outro, a distância de Deus invisível ao seu rosto manifesto em Cristo. A imagem é o reflexo de uma realidade profunda. Para os iconoclastas a imagem mascara uma realidade profunda. O ícone procura a assimilação do ver e do ser visto.