Focagem – Quem vê o quê?

Três tipos de focagem da narrativa:

Focagem zero: implica um narrador omnisciente, que tudo sabe, independentemente dos conhecimentos que as personagens têm da narrativa ou do que é mostrado ao narrador. Este narrador vê tudo e pode, por isso, dizer mais do que aquilo que as personagens sabem. Não existe pois, focagem: esta é zero.

Focagem interna: O narrador só diz que vê de tal personagem. Acompanhamos a narrativa através dos olhos da personagem: não sabemos nem mais nem menos do que ela. A narrativa é contada do ponto de vista dessa personagem. Pode traduzir-se em três casos: acompanha sempre a mesma personagem; varia o ponto de vista, seguindo várias personagens ao longo da narrativa; varia o ponto de vista, mas centra-se num acontecimento único, apresentando ao leitor as várias versões dos factos, de acordo com as personagens que o viveram.

Focagem externa: o narrador diz menos do que aquilo que a própria personagem sabe. Os acontecimentos são narrados como se fossem testemunhados por um observador externo que não tem, pois, acesso aos pensamentos dos personagens. Pode recorrer a: descrição directa, enunciando o que as personagens fazem e dizem; descrição indirecta, através de documentos e não da observação da personagem. Ex.: através de dados médicos – “a enfermeira consultou a ficha clínica e verificou que ela tinha 27 anos, 1,65m e pesava 58 quilos.

3 conselhos: para se produzir o efeito que se deseja no leitor, deve reduzir-se o campo de focagem, isto é, dizer menos do que se sabe.

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